_Memória Descritiva e Justificativa
O trabalho apresentado foi elaborado na Unidade Curricular de Projecto IV, pelo grupo de 3 elementos.
ANÁLISE CRÍTICA E CARACTERIZAÇÃO DO LUGAR
Inserido num complexo jogo de cotas, e também rodeado por edifícios de carácter nobre e marcantes na cidade, o edifício do Tribunal, a Cooperativa Arvore e o Hospital de Santo António. O lote, caracteriza-se como um lote de gaveto, encontra-se a uma cota inferior em relação a dois dos edifícios anteriormente referidos, surge na convergência da rua da Rua de Azevedo de Albuquerque e de uma interessante escadaria, que de uma forma riquíssima vence o desnível, conduzindo-nos a uma cota mais baixa. Estes dois eixos importantes confluem no terreno, que por si só, tem uma relação privilegiada, uma vez que tem uma íntima relação com o horto das virtudes, um verdadeiro manto verde na cidade portuense, através dos tão familiares socalcos, tão ligados ao rio douro, vence as cotas e nos levam até à zona ribeirinha onde mais um importante e imponente edifício da Alfandega marca a imagem da cidade. A vista é também um importante elemento que aliado à natureza do lugar nos proporciona um resultado único.
O volume único, surge no terreno, por um enquadramento resultante da magnífica paisagem que nos leva o olhar ate ao rio douro. Quase como um braço que tenta alcança-la. A entrada situa-se no alçado sudeste, que nos do acesso ao átrio, já no átrio as escadas levam-nos aos pisos superiores, isto é aos pisos de exposição. As escadas são um elemento de grande importância uma vez que organizam os espaço ao mesmo tempo que o liberta, deixando espaço para o balcão da recepção, e elevador. Ainda neste piso encontramos a livraria e cafeteira, um espaço único apenas dividido pelas estantes dos livros, isto permite libertar o espaço de fronteiras físicas e visuais, lendo o espaço como um espaço único, ao mesmo tempo que conjuga duas actividades (saborear um café | saborear um livro), duas actividades que juntas complementam-se, ao mesmo tempo que podemos contemplar a belíssima paisagem exterior. Ainda neste piso encontramos as instalações sanitárias, acesso a zonas de serviço, as escadas que nos levam ao auditório, e ainda uma sala multiusos. Já no piso superior encontra-se um piso de exposição, o segundo piso expositivo é como uma caixa suspensa, uma caixa de aço corten perfurado, de modo a permitir a entrada e saída de luz e visualização, este piso é afastado permitindo pequenas zonas de pé- direito duplo no primeiro piso de exposição, onde a iluminação artificial é colocada. O auditório encontra-se no piso inferior ao do átrio, enterrado e tem como seu limite o socalco natural do terreno, uma grande parede de vidro marca a sua entrada permitindo não só a sua iluminação como também e uma vez mais a visualização. Também neste piso se encontram as oficinas e armazém.
Os alçados dos pisos de exposição são cegos, levando o olhar a percorrer as lisas paredes ate a enorme parede de vidro, contemplando a vista. Estas paredes assentam no primeiro piso que é todo em vidro, dando ao edifício uma fragilidade com o peso do edifício assente sobre a leveza do vidro. Uma vez que o edifício se encontra a uma cota mais baixa de grande parte da cidade, a sua leitura é muitas vezes a sua cobertura, deste modo esta recebe um tratamento especial, tirando partido de uma malha resultante do seu revestimento com lajetas de betão, e permitindo a entrada de luz zenital nas salas de exposição.